segunda-feira, 20 de junho de 2011

Capítulo de Introdução de minha primeira Etnografia

Este aqui é um capítulo de introdução da minha primeira etnografia que fiz na minha vida (merece comemoração... rs) Decidi compartilhar com vocês este momento e espero futuramente escrevê-lo em alguma participação ou evento de semana de antropologia, ou algo do tipo...

TEMA: "JOVENS DE CLASSE MÉDIA E O USO DE DROGAS"



INTRODUÇÃO – METODOLOGIA

O meu exposto trabalho foi resultado de intensa busca e lapidação para o resultado final. É de grande importância salientar sobre as dúvidas e empecilhos que encontrei ao longo do meu projeto para realizá-lo. Deste modo, Precisava “inventar” um tema de pesquisa, lidar minimamente com uma bibliografia específica desconhecida, formular hipóteses e perseguir objetivos que nem sabia quais eram. Foi deste modo que em junho de 2011 na véspera de apresentação de meu primeiro trabalho etnográfico em Antropologia II, descobri, ou melhor, reavaliei o meu tema, fazendo que eu ampliasse o tema de conhecimento e desse um caráter mais “científico”.

Em outro ponto, eu nunca possui muitos conhecimentos, muito menos realizei trabalhos sobre a temática das “drogas”. Assim Evans-Pritchard, ao tecer considerações sobre o trabalho de campo, escreveu:

“Eu não tinha interesse por bruxaria quando fui para o país zande, mas os Azande tinham; e assim tive de me deixar guiar por eles. Não me interessava particularmente por vacas quando fui aos Nuer, mas os Nuer, sim; e assim tive aos poucos, querendo ou não, que me tornar um especialista em gado.” (Evans- Pritchard, 2005 [1976]:245)

Essa era também a minha situação. Eu teria de me tornar um “especialista” em “drogas”, já que era por “drogas” que meus “objetos” de estudo se interessavam. Desse modo, para aprofundar no tema, dei início a uma incursão ao universo das “drogas” e comecei a ler vários trabalhos que fora escrito sobre o assunto, principalmente nas ciências sociais brasileira. Nesse contexto é que li, pela primeira vez, Nobres e Anjos, de Gilberto Velho. Foi este livro, uma etnografia de dois grupos da Zona Sul do Rio de Janeiro que consumiam tóxicos na década de 70, que me inspirou no sentido de ampliar meu campo investigativo.

Ainda que Gilberto Velho não se refira diretamente à questão de identidade, é ela que se apresenta. Isto porque todo o seu trabalho vai no sentido de mostrar que o tóxico por si só não une pessoas, devendo ser entendido a partir de contextos mais amplos de identificação, distinção e hierarquia. Nas palavras de Velho, “o tóxico só pode ser entendido contextualmente. Mas verifica-se que na nossa sociedade, de uma maneira ou de outra, ele é símbolo de diferenciação (...) Na medida em que se incorpora ou que é compreendido não isoladamente, mas como sendo um item de um estilo de vida, vai ser mais um elemento que contribuirá para o estabelecimento de hierarquias internas a uma classe, categoria ou estrato” (Velho, 1998: 205).

Este trabalho é, portanto, a etnografia de um cenário espacial e social bastante distinto, a rua, que possui um comum fato de congregar pessoas que se interessam por “drogas”.

A principal forma escolhida para perseguir estas questões e apresentar esta dissertação foi a etnografia. Busquei neste grupo saber deles suas visões que se tinha de “droga” e em que medida elas estavam relacionadas com o contexto espacial, social e institucional, a racionalização da experiência por parte dos agentes e suas relações com o tráfico de “drogas” e com a ilegalidade.

DROGA E CONCEITO

Partindo também do mesmo pressuposto – o de que a questão das “drogas”, desde sua instituição nas sociedades contemporâneas, foi guiado por Maurício Fiore (2004), este, discorre acerca das “controvérsias médicas e a questão do uso de ‘drogas’”.

É preciso lembrar que a definição de “drogas” é contextual e dificilmente pode ser considerada uma qualidade intrínseca da substância. Em seu estudo, Fiore mostra como o uso do termo “drogas” entre os médicos torna possível a comunicação com os pacientes e com a mídia através de um significado publicamente compartilhado, o que não ocorreria com o uso de outros termos como “substâncias psicoativas”. Neste contexto, “o uso da palavra ‘droga’ possibilita que um campo semântico comum – entre os médicos e os ‘leigos’ possa ser compartilhado” (Fiore, 2004:60). Há, com isso, uma contraposição entre a complexa definição do termo “drogas” e a ausência de debate ou até mesmo de uma reflexão mais detida sobre o assunto na medicina.

“por mais distante que o significado farmacológico do termo ‘drogas’ esteja do seu emprego mais comum, é a este último que se referem preferencialmente muitas das falas dos médicos, inclusive aquelas de caráter oficial. Se, por um lado, o emprego do termo “drogas” em seu sentido comum se configura numa opção, posto que o médicos, como foi verificado, percebem as diferenças entre o repertório farmacológico e a linguagem comum, por outro, tal opção está relacionada ao fato da medicina ser parte de um debate já bastante consolidado e com seus termos muito bem definidos.” (Fiore, 2004:63)

Mas só a definição médica não basta, na medida em que ela é insuficiente para explicar, por exemplo, os juízos valorativos que comportam as “drogas”. É preciso também lembrar que a ilegalidade e a criminalização destas substâncias contribuíram significativamente para que elas se tornassem alvo de debate público, perseguição policial e julgamento moral. Portanto, medicalização e criminalização estão na base da restrição do vocábulo, tal como o compreendemos hoje.

Estando, pois, ciente de todos esses dilemas e cuidando de sua (im)precisão terminológica, faço a opção de continuar usando o termo “drogas” com aspas para indicar uma tentativa de problematizá-lo. Na medida do possível, utilizarei o próprio nome da substância: maconha, cocaína e crack.

SUJESTÃO – CAUSAS: As drogas nas ciências sociais.

Pobreza, lares desfeitos, más companhias, tráfico de drogas, violência, falta de diálogo entre pais e filhos, curiosidade, valorização do proibido e do risco, “coisas da juventude”, fuga da Realidade, busca de identidade, poucas perspectivas de futuro, prazer da transgressão, políticas públicas precárias, criminalidade organizada, individualismo, modernidade. Muitas são as tentativas de explicação para o uso de “drogas” na Contemporaneidade.

Apresentar soluções para esta realidade é algo que não está nos objetivos e finalidades deste trabalho. Este é apenas para descrever os processos e tramitações deste determinado grupo. Muito mais que buscar soluções para o problema, é saber de onde ele emana. Assim como Carlos Rodrigues Brandão, em seu livro A cultura da Rua, o autor diz que estudar os processos que se desenvolvem muitas vezes é uma forma de encontrar as soluções para eles.

Os estudos sobre uso de “drogas” em antropologia, de uma maneira geral, tematizam suas propriedades simbólicas e as influências e efeitos da cultura sobre tais experiências. A preocupação em descrever o contexto social onde tal uso é praticado e concebido foi certamente uma das principais contribuições desses estudos para o entendimento da questão. Os trabalhos pioneiros de Howard Becker (1971[1963]; 1977) inspiraram e ainda inspiram muitos estudos realizados no Brasil no assunto. Para Becker, “na medida em que as drogas têm tantos efeitos, esses podem ser interpretados de várias maneiras e assim refletem influências contextuais extremamente sutis” (Becker, 1977: 182).

Segundo ele, se as experiências com as drogas de alguma forma refletem ou estão relacionadas com cenários sociais, cabe ao cientista social especificar os cenários nos quais as drogas são experenciadas e os efeitos específicos desses cenários nessas experiências, bem como entender o processo pelo qual alguém faz uso de drogas continuamente. Estudando o uso de maconha entre músicos nos Estados Unidos, o autor considera que o consumo de drogas é sobretudo interessante para uma “teoria do desvio”

É importante dizer que Becker não inaugura uma teoria do desvio. Ao contrário, a preocupação com questões relacionadas ao desvio e à normalidade figura como resultado de um processo histórico de tentativa de compreensão de um cenário social, recorrente nas grandes cidades européias e americanas em fins do século XIX, caracterizado por criminalidade, prostituição e suicídio e, conseqüentemente, projetos de saneamento médico e higienização.

“os grupos sociais criam o desvio ao fazer as regras cuja infração constitui o desvio e ao aplicar tais regras a certas pessoas em particular, qualificam-nas de outsiders. Deste ponto de vista, o desvio não é uma qualidade do ato cometido pela pessoa, mas uma conseqüência da aplicação que outros fazem (...) O desvio é, entre outras coisas, uma conseqüência das respostas dos outros aos atos de uma pessoa” (Becker, 1971:19, tradução minha)

DROGA – DESVIO E REGRAS

Para Becker, todos os grupos criam regras e tentam impô-las. Tais regras, por sua vez, definem certas situações e os tipos de comportamentos apropriados para as mesmas, prescrevendo alguns atos como “corretos”, outros como “incorretos”. Quando se impõe uma regra, a pessoa que se imagina ter quebrado esta regra, pode ser vista como um tipo especial de indivíduo, alguém de quem não se pode esperar que viva de acordo com as regras do grupo.

Assim, aprender a gostar de maconha é uma condição necessária para o consumo estável da droga. Nesse sentido, Becker e sua abordagem convidam à compreensão do desvio como um processo em constante elaboração, no qual o indivíduo pode ou não se engajar. Os usuários, ao longo dessa experiência, também passam a ter uma outra concepção da sociedade mais ampla, e começam a criticar aqueles que os julgam.

NOBRES E ANJOS

O trabalho de Gilberto Velho, Nobres e Anjos, foi bastante influenciado pelo trabalho de Becker, guardando com este muitas semelhanças. Em Nobres e Anjos, a questão do uso de tóxicos – como já visto antes – foi compreendida a partir de um contexto sócio-cultural, como parte de um estilo de vida e de uma visão de mundo. E é este ponto que focalizo em meu trabalho, jovens de classe média e certa consciência de sua visão de mundo.

O antropólogo parte da própria visão de mundo desses grupos que classifica as pessoas em função de sua relação com os tóxicos. No entanto, o autor declara que a utilização de tóxicos entre os membros dos grupos foi apenas um ponto de partida para tentar fazer uma análise sistemática de certos estilos de vida e visões de mundo que estariam associados a esse comportamento considerado, em princípio, como desviante.

“Tendo realizado a pesquisa numa grande metrópole, numa sociedade estratificada, tive oportunidade de verificar que os tóxicos são utilizados e reprimidos de forma bastante diferenciada, basicamente em função da classe social, estrato ou grupo de status a que pertença o consumidor.” (Velho, 1998: 204)

Becker, Howard. “Como se llega a ser fumador de marihuana”. Los extraños:sociologia de la desviácion. Buenos Aires, Tempo Contemporâneo: 1971 [1963]. ______________. “Consciência, poder e efeito da droga”. Uma Teoria da Ação Coletiva. RJ: Zahar ed, 1977.

Evans-Pritchard, Edward E. “Algumas reminiscências e reflexões sobre o trabalho de campo”. Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed, 2005[1976]

Fiore, Maurício. Controvérsias médicas e a questão do uso de “drogas”. São Paulo- SP. Dissertação de Mestrado – USP/FFLCH, 2004.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Capítulo Sobre Estrutura Social - Radcliffe-Brow

RESUMO DO CAPÍTULO X: SOBRE ESTRUTURA SOCIAL, LIVRO ESTRUTURA E FUNÇÃO NA SOCIEDADE PRIMITIVA - RADCLIFFE-BROW


ALUNO: Ronaldo César Meirelles Cardoso, disciplina de Antropologia II, 2º período, Vitória – ES, 28 de Abril de 2011

Universidade Federal do Espírito Santo

Centro de Ciências Humanas e Naturais - Departamento de Ciências Sociais


Palavras chave: Funcionalismo, Estrutural-Funcionalismo, Estruturalismo, Radcliffe-Brow,


Neste capítulo Radcliffe-Brow trata dos conceitos e fenômenos que tange o que ele chama de estrutura social. Ele começa falando de sua ideia de Antropologia Social, que é a ciência teórico-natural da sociedade humana, isto é, a investigação dos fenômenos sociais por métodos essencialmente semelhantes aos empregados nas ciências físicas e biológicas. O autor diz que alguns antropólogos falam que antropologia social estuda a cultura, o que ele deixa claro as diferenças e afirma que Antropologia Social estuda a sociedade humana, termo que expressa significante relevância e que levam a duas espécies de estudos. Sua ideia é ao estudo de relações sociais, e dá o exemplo de uma colmeia, onde as abelhas operárias e os demais trabalham em conjunto formando uma série de rede de relações, uma gata e seus filhotes, uma série de relações de parentesco,, lembrando que todos estes exemplos forma-se no que Radcliffe-Brow fala de função social, as abelhas juntas tem a função de cultivar o mel, ventilação da colmeia, proteção da abelha rainha, cuidados com os ovos e outras séries de funções; assim como a gata e seus filhotes também desempenham seus papeis e funções. Portanto ele distingue bem o conceito de estudo de relações sociais do estudo de cultura. Na antropologia, conforme o autor definiu, o que tem-se a investigar são as formas de associação que se encontram entre seres humanos.

Radcliffe-Brow alerta que estudar estruturas sociais não significa estudar relações sociais, como alguns sociólogos definem. Assim como ele diz que determinada relação social entre duas pessoas, a menos que sejam Adão e Eva no Jardim do Édem, só existe como parte de uma ampla rede de relações sociais, implicando muitas outras pessoas, e é esta rede que ele considera objeto de investigações, Portanto ele diz que estruturas sociais é um todo, o qual ele chamou em outro capítulo de "todo coerente" as relações sociais são entre as pessoas, sejam como o exemplo da gata, por marido e mulher, pelo sistema de parentesco, pelo patrão e empregado. Logo vários conjuntos de relação sociais, implica-se num resultado maior, ou seja um complexo chamado de estrutura social.

Os casos que consideram-se parte da estrutura social são dois. Em primeiro lugar são as relações de pessoa a pessoa, ou seja, a relação didática, entre família, dada por sistema de parentesco, como ele dá o exemplo nas tribos aborígenes australianas, onde toda a estrutura social era estabelecida através de conexões genealógicas. Em segundo lugar é a diferenciação dos indivíduos por classe e seu desempenho social, como o caso de empregadores e empregados, chefes e comunitários. Estes é o que ele chama de determinantes das relações sociais.

Radicliffe-Brow fala que intimamente relacionada com a concepção de estrutura social está relacionada a concepção de "personalidade social" como posição ocupada pelo ser humano numa estrutura social, o complexo formado por todas as suas relações sociais com outros. Ele diz que todo ser humano que viva numa sociedade é duas coisas: indivíduo e pessoa.

Neste pensamento, o autor diz que o ser humano como pessoa é um complexo re relacionamentos sociais. É cidadão da Inglaterra, marido e pai, pedreiro, membro de determinada congregação metodista, votante em determinado partido, membro de seu sindicato, adepto do Partido Trabalhista etc. Ela chama atenção para que cada uma dessas descrições refere-se a um relacionamento social, ou a certo lugar na estrutura social.

Se necessitar de uma concreta formação comparativa das sociedades, deve-se ter em mente alguma espécie de classificação dos tipos de sistemas estruturais. Ele alerta que esta é a parte mais difícil e que ele mesmo levou trinta anos para trabalhar.

Radcliffe-Brow indaga-se como e quais os mecanismos que mantém viva uma rede de relações sociais, e como atuam. Segundo ele o que ele chamou de fisiologia social, não trata apenas da estrutura social, mas de toda espécie de fenômeno social. Moral, direito, boas maneiras, religião, governo e educação, tudo isto são partes do complexo mecanismo pelo qual uma estrutura social existe e perdura.

Segundo o autor, existe relação social entre dois ou mais organismos individualmente quando há certo ajuste de seus respectivos interesses. Radcliffe-Brow diz que interesse são as relações sociais entre as partes, ou seja, as relações sociais entre os grupos. Desta maneira, o estudo da estrutura social leva imediatamente ao estudo de interesses ou valores como determinantes das relações sociais. A relação social não resulta da semelhança de interesse, mas repousa ou no interesse mútuo de pessoas em outra, ou em um ou mais interesses comuns, ou ainda numa combinação de ambos os modos. A mais elementar forma de solidariedade social verifica-se quando duas pessoas estão interessadas em produzir certo resultado e cooperam para este fim. Quando duas pessoas ou mais têm um "interesse comum" em certo objeto, pode-se dizer que esse objeto tem um "valor social" para as pessoas associadas a esta relação.

Radcliffe-Brow aponta uma ideia muito importante, que é a investigação dos processos pelos quais as estruturas sociais se transformam, de como novas estruturas surgem. Ele fala que estes processos são muito difíceis de obter êxito pois a influência ou dominação de invasores ou conquistadores europeus influenciou muito nesta área, o que é chamado de "contato cultural". Com a chegada dos europeus uma nova estrutura social surge e depois passa a desenvolver-se. A população agora inclui certo número de europeus, funcionários do governo, missionários, comerciantes e, em alguns casos colonos. A vida social da região não é mais simplesmente um processo dependente das relações e interações dos povos nativos. Ergue-se ali nova estrutura política e econômica na qual os europeus, embora poucos em número exercem influência dominadora.


REFERÊNCIA: RADCLIFFE-BROWN, Alfred R. Estrutura e Função na Sociedade Primitiva. Rio de Janeiro: Vozes, 1973. Capítulo X: Capítulo Sobre Estrutura Social

Capítulo Sobre o Conceito de Função em Ciências Sociais - Radcliffe-Brow


RESUMO DO CAPÍTULO IX: CONCEITO DE FUNÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS, LIVRO ESTRUTURA E FUNÇÃO NA SOCIEDADE PRIMITIVA - RADCLIFFE-BROW


ALUNO: Ronaldo César Meirelles Cardoso, disciplina de Antropologia II, 2º período, Vitória – ES, 28 de Abril de 2011

Universidade Federal do Espírito Santo

Centro de Ciências Humanas e Naturais - Departamento de Ciências Sociais

Palavras chave: Funcionalismo, Estrutural-Funcionalismo, Estruturalismo, Radcliffe-Brow,

Segundo Radcliffe-Brow, o conceito de função aplicado à sociedades humanas baseia-se na analogia entre vida social e vida orgânica. Ele fala que o reconhecimento desta analogia não é uma tática nova, pois já vem sendo usada desde antes, sendo o primeiro a usar tal analogia, foi Emile Durkheim, em 1985 em Règles de la Méthode Sociologique.

Para explicar função ele começa com o termo que Durkheim usa: a "função" de uma instituição social é a correspondência entre ela e as necessidades da organização social. Porém ele diz que deve haver precauções com a frase, e troca o termo "necessidades" para "condições necessárias de existência", e tudo isto implica que, há condições necessárias de existência para as sociedades humanas, do mesmo jeito que há para organismos animais .

Para ele, todo organismo tem sua estrutura, e a estrutura deve pois ser definida como uma série de relações entre entidades.

Portanto a vida social da comunidade é definida aqui como "funcionamento" da estrutura social. A função de qualquer atividade periódica, tal como a punição de um crime, ou uma cerimônia fúnebre, é a parte que ela desempenha na vida social como um todo, e, portanto, a contribuição que faz para a manutenção da continuidade estrutural.

Radcliffe-Brow fala das patologias sociais que Durkheim muito citava, segundo ele as doenças ameaçam a vida dos animais e organismos, porém na realidade social, as sociedades não morrem como animais, mas sim alteram sua estrutura. Por seguinte, não pode definir disnomia como pertubação das atividades usuais de um tipo social, assim como Durkheim tentou fazer).

O autor trás duas observações, onde diz que uma hipótese é que nem tudo na vida social nos grupos possuem função, mas sim que é algo interessante e que podemos buscar os resultados a qual procuramos. Outra, é o que parece ser o mesmo costume social em duas sociedades pode ter funções diferentes nas duas, e ele dá o exemplo do celibato na Igreja Católica de hoje, e diz que o mesmo costume não é que era diferente do antigo, mas apresentava uma função diferente da Igreja Cristã Primitiva. É necessário não apenas observar a forma de costume, mas também sua função.

O ponto de vista "funcionalista" apresentando por Radcliffe-Brow implica, portanto, que tenhamos de investigar o mais completamente possível todos os aspectos da ida social, considerando-os uns em relação com os outros, e que parte fundamental da tarefa é a investigação do indivíduo e do modo pelo qual é modelado pela vida social ou ajustado a ela. Ou seja, temos que investigar mais completamente os aspectos da vida social e de que forma o indivíduo é modelado por ela.

Radcliffe-Brow olha as teorias contra o funcionalismo à época, onde dizem que os traços culturais porém de acidentes históricos, e ele diz que a "explicação" de determinado sistema social será sua história, se soubermos o relato minucioso de como e onde ele veio a ser o que é.


REFERÊNCIA: RADCLIFFE-BROWN, Alfred R. Estrutura e Função na Sociedade Primitiva. Rio de Janeiro: Vozes, 1973. Capítulo IX: Sobre o Conceito de Função em Ciências Sociais.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

RESUMO DO CAPÍTULO DE INTRODUÇÃO DO LIVRO ESTRUTURA E FUNÇÃO NA SOCIEDADE PRIMITIVA

RESUMO DO CAPÍTULO DE INTRODUÇÃO DO LIVRO ESTRUTURA E FUNÇÃO NA SOCIEDADE PRIMITIVA

ALUNO: Ronaldo César Meirelles Cardoso, disciplina de Antropologia II, 2º período, Vitória – ES, 28 de Abril de 2011

Universidade Federal do Espírito Santo

Centro de Ciências Humanas e Naturais - Departamento de Ciências Sociais

Palavras chave: Funcionalismo, Estrutural-Funcionalismo, Estruturalismo, Radcliffe-Brow, Augusto Comte, Hebert Spencer, Teoria Organicista, Etnografia, Idiofrafia, História,

Radcliffe-Brow foi um Antropólogo Estrutural-Funcionalista, entre seus inúmeros trabalhos como A organização social das tribos australianas; Sistemas africanos de parentesco e casamento; Estrutura e função na sociedade primitiva. Este último tomamos como fonte de estudo. O funcionalismo mudou a tendência das teorias evolucionistas, partindo do princípio de que cada sociedade deve ser analisada em si mesma como um todo integrado de relações e costumes.

No capítulo de introdução ele separou alguns itens para abordagem. O primeiro deles foi:

Historia e Teoria. Segundo o autor, há uma grande diferença entre estas duas matérias, ele nos diz que a história como de modo geral é entendida, é o estudo dos registros e monumentos com o fito de proporcionar conhecimento sobre as condições e fatos do passado, inclusive as investigações relacionadas com o passado mais recente.

Ele aponta que é evidente que ao longo da história houve pesquisas idiográficas. Lembra a polêmica sobre trabalhos históricos de haver aceitação de considerações teóricas ou lidar apenas com generalizações da história. A história para ele é diferente das ciências sociais, neste caso ele vai falar da antropologia, e dentro da antropologia destaca-se o objeto de trabalho dele, que é a etnografia, ele vai dizer que a etnografia difere da história pelo fato de que o etnógrafo adquire conhecimento, ou pelo menos parte fundamental dele, a partir da observação ou contatos diretos com o povo sobre o qual escreve, e não, como o historiador, a partir de registros escritos, A arqueologia pré-histórica, que é outro ramo da antropologia, é um estudo nitidamente idiográfico, cujo escopo é o de nos proporcionar conhecimento factual sobre o passado pré-histórico.

O segundo item foi Processo Social, este processo é a unidade da investigação, é a vida social de alguma região determinada da terra, durante certo período de tempo. O processo em si mesmo, consiste numa enorme multidão de ações e interações de seres humanos, agindo como indivíduos em combinação ou grupos. Em meio à diversidade dos fatos particulares existem regularidades que possibilitam demonstrar e descrever certos aspectos gerais da vida social e de uma região escolhida. Ele diz que o levantamento dos aspectos gerais significativos do processo de vida constitui descrição do que ele chama de "forma de vida social". A forma de vida social de certo conjunto de seres humanos pode permanecer aproximadamente a mesma por dado período. Mas durante determinado tempo sofre ela transformações ou modificações. Por essa razão, embora possamos considerar os fatos da vida social como constitutivos de um processo, há além disso, processo de mudança na forma de vida social. Contudo os processos de ações e interações entre os grupos e indivíduos podem mudar em determinado período de tempo.

Outro item é a Cultura. Radcliffe-Brow define cultura como processo do meio pelo qual uma pessoa adquire conhecimento, especialidade, ideias, crenças, gostos e sentimentos, mediante contato com outras pessoas, ou pelo trato com outras coisas, tais como livros e obras de arte.

O quarto item é o Sistema Social, este é entendido que em dadas sociedades as relações, interações e ações das pessoas nascem dos sistemas de parentesco e casamento. Outras sociedades possuem outras ou as mesmas relações sociais que nascem dos mesmos e mais de outros pontos de partida. O que Radcliffe-Brow mostra é que "todos os aspectos da vida social estão unificados num todo coerente".

Ele fala da Estática e da Dinâmica. Baseado nas Ideias de Auguste Comte, ele diz que estática são as condições de existência das sociedades, sistemas sociais. Formas de vida social são questão da estática social. A dinâmica social ocupa-se em estabelecer generalizações sobre como os sistemas se transformam, ou seja, como os processos social se transformam.

Evolução Social. Este item ele faz uma crítica a Hebert Spencer um evolucionista. Fala dos dois ramos do evolucionismo aplicado à Antropologia que consiste nas ideias monogenista e poligenista. Radcliffe-Brow aceita provisoriamente a teroria fundamental de Spencer, embora rejeite as diversas "pseudo-especulações" que ele acrescentou, e essa aceitação proporciona certos conceitos que podem ser úteis como instrumentos de análise.

Da Adaptação. Segundo Radcliffe-Brow seguindo seu conceito de cultura, ele diz que uma cultura tem sua vida social; e vida social e adaptação social, implicam em um ajustamento da conduta dos organismos individuais às exigências do processo pelo qual a vida social continua. Ele identifica três aspectos de adaptação social: o primeiro é o ecológico, ou seja, ao ambiente físico da natureza; em segundo a adaptação social, onde fala das disposições institucionais, e onde a vida social se mantém; e em terceiro lugar é a adaptação cultural, onde o indivíduo adquire hábitos e características mentais.

O penúltimo item e um dos mais importantes é o da Estrutura Social. Radcliffe-Brow diz que os componentes ou unidades da estrutura social são pessoas, e uma pessoa é um ser humano considerado não como um organismo, mas como ocupando uma posição dentro da estrutura social. Ele fala que nações, tribos, clãs, igrejas e outras instituições continuam a existir como ajustamento das pessoas, embora o conjunto das pessoas, as unidades de que cada uma instituição se compõe, mudem vez por outra. Da mesma forma ele dá o exemplo que a estrutura política dos Estados Unidos deve haver um presidente, por certo tempo é um e outro tempo é outro, mas a estrutura permanece contínua como um ajustamento. As relaçoes sociais, das quais a rede contínua constitui a estrutura social, não são conjunções acidentais de indivíduos, mas são determinadas pelo processo social.

Radcliffe-Brow fala das instituições como as normas de conduta estabelecidas de determinada forma de vida social. Instituição é uma norma estabelecida de conduta reconhecida como tal por um grupo social ou classe identificáveis; a norma lhes serve, pois, de instituição. As instituições designam um tipo ou classe discernível de relações ou interações sociais.

O autor menciona a palavra "organização" e ressalta que não deve-se tratar o conceito de estrutura social como sinônimos. Defini estrutura social como um ajustamento de pessoas em relações controladas ou definidas institucionalmente, como a relação de rei e súdito, ou de marido e mulher, e empregar “organização” como designando um ajustamento de atividades. No seio de uma organização cada pessoa tem uma função. Podemos, pois dizer que quando estamos tratando de um sistema estrutural estamos interessados num sistema de posições sociais, ao passo que numa organização tratamos de um sistema de funções.

Por fim o último item, a Função Social. Radcliffe-Brow para chegar ao conceito de função social usa várias analogias, assim como ao longo de todo seu trabalho. Ele diz que um organismo complexo possui uma estrutura, e estas estruturas são órgãos e esses órgãos possuem suas funções. A função por sua vez pode ser empregada para designar a interconexão entre a estrutura social e o processo de vida social. Em três conceitos o autor simplifica tudo: processo, estrutura e função. Os três conceitos estão logicamente interligados, visto que "função" é usada para designar as relações de processo e estrutura.



REFERÊNCIA: RADCLIFFE-BROWN, Alfred R. Estrutura e Função na Sociedade Primitiva. Rio de Janeiro: Vozes, 1973. Introdução.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Reforma Política: Para Além da Engenharia Institucional - Professor André Marenco (UFRS)

REFORMA POLÍTICA: PARA ALÉM DA ENGENHARIA INSTITUCIONAL

ALUNO: Ronaldo César Meirelles Cardoso, disciplina de Formação Social e Política do Brasil, 2º período, Vitória – ES, 08 de Abril de 2011

Universidade Federal do Espírito Santo

Centro de Ciências Humanas e Naturais - Departamento de Ciências Sociais

Palavras chave: Sistema Eleitoral de Lista Aberta, Sistema Eleitoral de Lista Fechada, Financiamento Público de Campanha, Reforma Política, Volatilidade Eleitoral, Democracia, Clientelismo. André Marenco UFRS.

A palestra do Professor André Marenco teve em sua base, buscar o possível resultado da mudança de uma forma de sistema eleitoral para outro empregado, assim como em vários países. Logo o próprio nome do tema já nos diz: uma mudança nas regras do jogo político.

Dentro de toda a tramitagem da política, em vários âmbitos da realidade do cenário brasileiro, o Professor, escolheu uma das instituições que nos é pertinente, assim como exemplo destas instituições são: a divisão do poder, o bicameralismo, legisatlivo. Ele se embasou na instituição do sistema eleitoral.

Para a pesquisa, ele dividiu as formas de sistemas eleitorais, e focou-se em apenas duas, o sistema de lista fechada e o de lista aberta. Através do método comparativo e várias outras estáticas ele comparou vários países de todo o planeta para buscar uma ideia do que poderia acontecer ao Brasil, caso houvesse esta mudança do nosso sistema eleitoral.

O Professor diz que o sistema de lista fechada espera um reforço dos partidos, um aumento da qualidade partidária (reputação), em detrimento de uso de aplicações personalizadas (clientelismo), inclusive forçando o eleitor a obter um maior ideal partidário, e não a um voto pessoal, não votando exclusivamente no candidato, como é o atual caso brasileiro.

Hoje no Brasil temos um sistema de votação proporcional, onde o partido elege um percentual (ocupa) um equivalente a mais ou menos a quantidade de voto que ele recebe. O problema visto, é a maneira como, e quem irá ocupar estas cadeiras, sobretudo na câmara dos deputados.

O sistema de lista fechada implica exclusivamente o eleitor a votar na legenda, do partido X, Y, Z; e a definição da ordem dos candidatos (chamada) de cada partido será definida anteriormente às eleições de acordo com as regras de cada partido. A diferença é que na lista aberta isto é feita de maneira nominal.

O Financiamento Público de Campanha é outra grande proposta apresentada pelo Professor André Marenco. É a idéia de que se passe por um mecanismo adotado, que proíba qualquer tipo de arrecadação a recursos privados fazendo com que haja uma maior clareza nas eleições, permitiria um maior controle e transparência, reduzindo desta forma a corrupção. Ele ressalta que não há hoje no mundo, país que detenha exclusivamente o financiamento público.

Um dado que ele trás, são as comparações entre vários países com mais variadas formas de sistemas eleitorais, formas de governo e condições sócio-econômicos. Em seus gráficos e estatísticas, ele mostra os países em que mais adotaram o sistema de lista fechada, foram aqueles onde a democracia é recente, onde não haviam eleições. Ou seja, os status quo, dos países, apresentavam um chamado de início de processo de democratização.

Contudo ele trás uma observação entre países típicos da América Latina que adotaram o modelo de lista fechada, são estes a Bolívia em 1993, Venezuela também em 1993, Equador 1997 e a Colômbia em 2003. As duas primeiras substituíram por um sistema distrital misto copiado ao do sistema alemão. Passados os anos nestes dois países latino-americanos, não é observada uma melhoria sequer, em nenhum âmbito da sociedade dos mesmos. Pelo contrário, como afirma Marenco, ele afirma com as pesquisas, que o grau de volatilidade da Venezuela aumentou muito após esta mudança, sendo este por causa de situações políticas advindo do governo Chávez, e o voto facultativo e outras particularidades do país Bolivariano.

Quanto maior a volatilidade num país, é evidenciado a maior dispersão da população sobre política. Ou seja, os partidos não estão conseguindo “prender” seus eleitores aos seus ideais partidários, tornando seu eleitorado instável.

O Professor trás a observação de que este sistema começou a entrar em ascensão na década de 20, onde ele chama da idade de ouro dos partidos de massa, quais estes, buscavam uma grande ideologia partidária e uma maior mobilização das causas sociais e da sociedade. Ele ressalta também, que na maioria das vezes, encontramos este sistema de lista fechada, aonde não temos partidos fortes, onde a idéia de política e as causas partidárias ainda não estão presentes no cenário social e político do país.

Em seus estudos ele trás também dados de uma ONG que trata de transparências das políticas empregadas nos países, com pareceres e atribui notas aos países sobre corrupção. Ele faz a seguinte pergunta: Adianta e ou produz resultados, uma legislação de controle sobre a arrecadação de fundos eleitorais? A idéia é a seguinte: Que a medida quanto mais legislação para tal fator, maior é o controle e menor é a corrupção. Novamente através do método comparativo, ele aponta 80 países, onde estes estudos foram feitos. No entanto 32 países têm baixa corrupção como seria de se esperar, entretanto 48 países, apesar de ter controle sobre arrecadação e gastos, apresentam percepção de corrupção.

Para cada dez países que têm legislação para controle e gasto, seis apresentam corrupção. Outra pergunta é: O tipo de legislação faz a diferença, e o tipo de dispositivo na lei seria mais eficaz? A resposta é que, independente do dispositivo eleitoral, não há resultado diferente do que é o caso dos dez países, seis apresentam e quatro não apresentam corrupção.

O tempo existente dos fundos públicos (financiamento) nas campanhas faz a diferença na corrupção de cada país? Há um efeito muito moderado, de fato, países com baixa corrupção, são aqueles que apresentam um maior tempo de existência dos financiamentos públicos das campanhas. Ainda assim, existem 11 casos de países que possuem um longo tempo de financiamento público e mesmo assim apresentam percepção de corrupção.

Democracia é relevante para pensarmos a redução da corrupção? O pensamento do Professor é na união de democracia no país e uma legislação mais complexa sobre eleição. Dos 80 países pesquisados, alguns são democracias, outros não são. Até que ponto a legislação é mais eficaz em países com ou não democracia? Os dados sugerem que a democracia é condição necessária, mas não o suficiente.

Países que não são democráticos, e que possuem legislação para regular o financiamento, destes, dos 24 casos que não são democráticos, 23 apresentam alta corrupção. Ou seja, legislação de controle do dinheiro, não é eficaz em não-democracias. Porém em países democráticos, 31 casos de países em que a legislação é presente, 24 apesar de terem legislação e demonstrarem democracia, são perceptíveis a corrupção.

Contudo, toda a pesquisa realizada pelo Professor Marenco, nos trouxe várias ideias, onde ele nos apresentou ao longo de seu trabalho. Temas como sistemas de votação, democracias e eleições nos países, corrupção, volatilidade eleitoral, financiamento público de campanhas e outros. Das instituições usadas como objeto de pesquisa, e os métodos empregados por ele, podemos observar a dinamicidade e o grau de sua pesquisa. Quando ele toma a instituição do sistema eleitoral e aplica a esta pesquisa o método comparativo, para analisar e pensar se esta seria uma solução para o Brasil, tema qual é tratado desde o Brasil Império, ele finalmente chega ao resultado final de sua pesquisa. Concluindo, o Professor André Marenco afirma que nenhuma mudança no sistema eleitoral de lista aberta para fechada, traria mudanças significativas positivamente para o Brasil; pelo contrário, permaneceria a mesma situação, ou poderia piorar ainda mais. Afirma também que o tempo de financiamento público de campanhas eleitorais nos países, para se tornar algo positivo, é necessário uma maior longetividade na idade da mesma. Mostra como as leis e os dispositivos nelas influenciam em todo o percorrer político-eleitoral. Por fim, conclui sobre a necessidade de democracia no país para a diminuição da corrupção, mas não dizendo que a democracia é a única e exclusiva forma de estabelecer a transparência e clareza política nas eleições.

Referência: Todo o trabalho aqui apresentado, é um resumo da palestra apresentada pelo Professor Andre Luiz Marenco dos Santos, apresentada no dia 05 de Abril de 2011 no Auditório do Centro Pedagógico, no prédio IC IV, da UFES. Das 19:00 às 22:00 horas.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Natal em silêncio

aaah o natal..
O natal sempre foi uma época tão linda ao meu ponto de vista,
épocas em que suas famílias estão reunidas, com um único propósito, compartilhar o amor familiar e unirem-se em torno de sí mesmo, contemplando a vida e reparando como foram suas atitudes ao longo do ano e por . Isto é, se fosse a cerca de uns 50 anos atrás.
Em nossa atualidade, vivemos em um mundo em que o capitalismo exbaja total manipulação sobre as pessoas, em várias camadas da sociadade. Podemos falar que não só em relação ao natal, mas sim a vários âmbitos da sociedade, se não todos. Atualmente, o natal se tornou símbolo de consumo, qualidade de compras incessáveis, para que possamos agradar ao próximo, como se tal atitude apaziguasse os conflitos existentes entre as famílias, amigos e outros que ceram ao nosso entorno. Com a crescente do capitalismo a família, não somente a brasileira, mas acretida-se que que de quase todas as sociedades, tenham se convertido a uma espécie de 'jogo econômico' podendo-se assim citar.
Contudo, não é sobre uma difamação ao natal capitalista que é o meu propósito postar hoje.
Minha intenção é a de uma maior, é de lembrarmos a todos que além de tudo isto, o natal época cristã, símbolo de amor dentro de nós, ou seja trazer consigo o amor aos que nos fazem bem, aos amigos familiares. Tristeza maior é saber que ao tempo que estamos em nossas confortáveis casas, em anseio de nossa família várias pessoas não possuem o que comer, seja por qual motivo for, pela falta de dinheiro, doenças que a impedem de comer como um câncer no esôfago. Mas creio que o que traria mais sofrimento além destes, é a ausência da família. Sim, a ausência da família impede que a pessoa inove-se e tenha por partida ceiar, fazer os tais produtos típicos do natal, a falta de carinho e amor é o que mais mata dentro de uma pessoa, em todos em sentidos ela nos corrompe.
O natal nos últimos tempos tem sido algo muito artificial nas famílias de muitas pessoas, tornando-se um momento cansativo e enjoado a muitas pessoas.
O que falta às pessoas, seria um envolvimento maior com elas mesmas, amor o próximo, falta de fé no coração ?
aaah eu acredito que seja ausência de tantas coisas.
É como se diz, a vida são casos e casos.Para cada pessoa seu problema é o maior de todos.
Vamos pesar no seguinte, Você está com sua família em um natal totalmente artificial, sem graça, com suas tias de falsidade, falando mal uma das outras, reparando o vestido de um, negando o presente de outro, um total caos.
Porém pensa, naquela pessoa, que não está presente com sua família, está sozinha em casa, ou na casa de uma pessoa de favor, se dinheiro, sem peru de natal, somente ele e as paredes, uma imensa solidão, o que seria pior?
Sim realmente eu acho que a segunda é mesmo agoniante, a agonia de estarmos sozinhos faz nos sentirmos atados e impotentes, traz uma imensa insegurança e infelicidade. ééé, realmente.. O silêncio incomoda mais.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Duas formas de tratarmos

Sabe.. confesso que tenho esse blog como uma forma de desabafo em relação a vida pessoal, aliás, não somente pessoal, além disto, acho que sentimental se enquadra melhor nos meus devidos termos.
Ao passar de dias, vemos como as coisas funcionam, em seu certo trilho, caminho, como as coisas devem caminhar, acontecerem. Percebemos que para as coisas funcionarem, elas devem passar por fases, fases estas das quais são tão grandes e extensas, tão complexas que não conseguiria qualifica-las neste texto. Ao mesmo tempo, caso não ocorra o tal, vemos e percebemos não só como as coisas funcionam, mas também como elas deveriam funcionar.
Ao longo do tempo conhecemos inúmeras pessoas, pessoas das quais alguns entram em nossas vidas por acaso, outras passam por elas, outras vão arrasam com tudo e vão embora. Mas também tem aquelas que aparecem do nada, como um simples convite no orkut por exemplo. Nós, por estarmos fracos de relacionamentos, pensamentos, e tantos outros, já pensamos disto logo das duas uma: ou ignoramos a pessoa certamente, ou então logo a leva com todo carinho e simpatia. Então Vou logo ao assunto. Falemos dos dois misturados, você ignora a pessoa, pois interiormente você já está carregando consigo aquela ideia de que ninguém é confiável e que não mudará em nada, será apenas mais um ridículo em seu 'meio', passa a conversar com essa pessoa já pressupondo que ela não é nada amigável, podendo-se enganar com o que você pensa, e realmente se engana, descobre que a pessoa é maravilhosa, simpática, tem uma ótima conversa, bons papos, e por acarretar tudo o que vem acontecendo com a pessoa nos últimos tempo, começamos outra forma de trata-la, começa a satisfazê-la, ser simpático, amistoso, sincero, amigo e tantos outros adjetivos, quer pense você se torna. Porém como a vida é realmente um pouco injusta, quase nada com estas pessoas, você vê que a pessoa realmente é a que tratamos no princípio, realmente não quer nada, é uma pessoa vazia, escura, podemos muitas vezes até exageramos no que pensamos dela, pois como todos sabemos, todo mundo tem seus defeitos, e é claro, nós temos menos defeitos que os outros.
O que fazemos desta vez ? colocamos subnicks para a pessoa ? bloqueamos ela ? continuamos de bem ? excluímos ?
aaah eu penso que é melhor ignorarmos e continuar escrevendo em um blog xulo qualquer, esquecemos ela, degenerada ela seja, e nem confiança. Cala-te maldito, e que não nos dirija mais, por que sabe de uma coisa ? o SILÊNCIO incomoda mais !