RESUMO DO CAPÍTULO DE INTRODUÇÃO DO LIVRO ESTRUTURA E FUNÇÃO NA SOCIEDADE PRIMITIVA
ALUNO: Ronaldo César Meirelles Cardoso, disciplina de Antropologia II, 2º período, Vitória – ES, 28 de Abril de 2011
Universidade Federal do Espírito Santo
Centro de Ciências Humanas e Naturais - Departamento de Ciências Sociais
Palavras chave: Funcionalismo, Estrutural-Funcionalismo, Estruturalismo, Radcliffe-Brow, Augusto Comte, Hebert Spencer, Teoria Organicista, Etnografia, Idiofrafia, História,
Radcliffe-Brow foi um Antropólogo Estrutural-Funcionalista, entre seus inúmeros trabalhos como A organização social das tribos australianas; Sistemas africanos de parentesco e casamento; Estrutura e função na sociedade primitiva. Este último tomamos como fonte de estudo. O funcionalismo mudou a tendência das teorias evolucionistas, partindo do princípio de que cada sociedade deve ser analisada em si mesma como um todo integrado de relações e costumes.
No capítulo de introdução ele separou alguns itens para abordagem. O primeiro deles foi:
Historia e Teoria. Segundo o autor, há uma grande diferença entre estas duas matérias, ele nos diz que a história como de modo geral é entendida, é o estudo dos registros e monumentos com o fito de proporcionar conhecimento sobre as condições e fatos do passado, inclusive as investigações relacionadas com o passado mais recente.
Ele aponta que é evidente que ao longo da história houve pesquisas idiográficas. Lembra a polêmica sobre trabalhos históricos de haver aceitação de considerações teóricas ou lidar apenas com generalizações da história. A história para ele é diferente das ciências sociais, neste caso ele vai falar da antropologia, e dentro da antropologia destaca-se o objeto de trabalho dele, que é a etnografia, ele vai dizer que a etnografia difere da história pelo fato de que o etnógrafo adquire conhecimento, ou pelo menos parte fundamental dele, a partir da observação ou contatos diretos com o povo sobre o qual escreve, e não, como o historiador, a partir de registros escritos, A arqueologia pré-histórica, que é outro ramo da antropologia, é um estudo nitidamente idiográfico, cujo escopo é o de nos proporcionar conhecimento factual sobre o passado pré-histórico.
O segundo item foi Processo Social, este processo é a unidade da investigação, é a vida social de alguma região determinada da terra, durante certo período de tempo. O processo em si mesmo, consiste numa enorme multidão de ações e interações de seres humanos, agindo como indivíduos em combinação ou grupos. Em meio à diversidade dos fatos particulares existem regularidades que possibilitam demonstrar e descrever certos aspectos gerais da vida social e de uma região escolhida. Ele diz que o levantamento dos aspectos gerais significativos do processo de vida constitui descrição do que ele chama de "forma de vida social". A forma de vida social de certo conjunto de seres humanos pode permanecer aproximadamente a mesma por dado período. Mas durante determinado tempo sofre ela transformações ou modificações. Por essa razão, embora possamos considerar os fatos da vida social como constitutivos de um processo, há além disso, processo de mudança na forma de vida social. Contudo os processos de ações e interações entre os grupos e indivíduos podem mudar em determinado período de tempo.
Outro item é a Cultura. Radcliffe-Brow define cultura como processo do meio pelo qual uma pessoa adquire conhecimento, especialidade, ideias, crenças, gostos e sentimentos, mediante contato com outras pessoas, ou pelo trato com outras coisas, tais como livros e obras de arte.
O quarto item é o Sistema Social, este é entendido que em dadas sociedades as relações, interações e ações das pessoas nascem dos sistemas de parentesco e casamento. Outras sociedades possuem outras ou as mesmas relações sociais que nascem dos mesmos e mais de outros pontos de partida. O que Radcliffe-Brow mostra é que "todos os aspectos da vida social estão unificados num todo coerente".
Ele fala da Estática e da Dinâmica. Baseado nas Ideias de Auguste Comte, ele diz que estática são as condições de existência das sociedades, sistemas sociais. Formas de vida social são questão da estática social. A dinâmica social ocupa-se em estabelecer generalizações sobre como os sistemas se transformam, ou seja, como os processos social se transformam.
Evolução Social. Este item ele faz uma crítica a Hebert Spencer um evolucionista. Fala dos dois ramos do evolucionismo aplicado à Antropologia que consiste nas ideias monogenista e poligenista. Radcliffe-Brow aceita provisoriamente a teroria fundamental de Spencer, embora rejeite as diversas "pseudo-especulações" que ele acrescentou, e essa aceitação proporciona certos conceitos que podem ser úteis como instrumentos de análise.
Da Adaptação. Segundo Radcliffe-Brow seguindo seu conceito de cultura, ele diz que uma cultura tem sua vida social; e vida social e adaptação social, implicam em um ajustamento da conduta dos organismos individuais às exigências do processo pelo qual a vida social continua. Ele identifica três aspectos de adaptação social: o primeiro é o ecológico, ou seja, ao ambiente físico da natureza; em segundo a adaptação social, onde fala das disposições institucionais, e onde a vida social se mantém; e em terceiro lugar é a adaptação cultural, onde o indivíduo adquire hábitos e características mentais.
O penúltimo item e um dos mais importantes é o da Estrutura Social. Radcliffe-Brow diz que os componentes ou unidades da estrutura social são pessoas, e uma pessoa é um ser humano considerado não como um organismo, mas como ocupando uma posição dentro da estrutura social. Ele fala que nações, tribos, clãs, igrejas e outras instituições continuam a existir como ajustamento das pessoas, embora o conjunto das pessoas, as unidades de que cada uma instituição se compõe, mudem vez por outra. Da mesma forma ele dá o exemplo que a estrutura política dos Estados Unidos deve haver um presidente, por certo tempo é um e outro tempo é outro, mas a estrutura permanece contínua como um ajustamento. As relaçoes sociais, das quais a rede contínua constitui a estrutura social, não são conjunções acidentais de indivíduos, mas são determinadas pelo processo social.
Radcliffe-Brow fala das instituições como as normas de conduta estabelecidas de determinada forma de vida social. Instituição é uma norma estabelecida de conduta reconhecida como tal por um grupo social ou classe identificáveis; a norma lhes serve, pois, de instituição. As instituições designam um tipo ou classe discernível de relações ou interações sociais.
O autor menciona a palavra "organização" e ressalta que não deve-se tratar o conceito de estrutura social como sinônimos. Defini estrutura social como um ajustamento de pessoas em relações controladas ou definidas institucionalmente, como a relação de rei e súdito, ou de marido e mulher, e empregar “organização” como designando um ajustamento de atividades. No seio de uma organização cada pessoa tem uma função. Podemos, pois dizer que quando estamos tratando de um sistema estrutural estamos interessados num sistema de posições sociais, ao passo que numa organização tratamos de um sistema de funções.
Por fim o último item, a Função Social. Radcliffe-Brow para chegar ao conceito de função social usa várias analogias, assim como ao longo de todo seu trabalho. Ele diz que um organismo complexo possui uma estrutura, e estas estruturas são órgãos e esses órgãos possuem suas funções. A função por sua vez pode ser empregada para designar a interconexão entre a estrutura social e o processo de vida social. Em três conceitos o autor simplifica tudo: processo, estrutura e função. Os três conceitos estão logicamente interligados, visto que "função" é usada para designar as relações de processo e estrutura.
REFERÊNCIA: RADCLIFFE-BROWN, Alfred R. Estrutura e Função na Sociedade Primitiva. Rio de Janeiro: Vozes, 1973. Introdução.
Parabéns, ótima explicação. Sou da Universidade do Mato Grosso do Sul UEMS
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