quinta-feira, 28 de abril de 2011

Capítulo Sobre Estrutura Social - Radcliffe-Brow

RESUMO DO CAPÍTULO X: SOBRE ESTRUTURA SOCIAL, LIVRO ESTRUTURA E FUNÇÃO NA SOCIEDADE PRIMITIVA - RADCLIFFE-BROW


ALUNO: Ronaldo César Meirelles Cardoso, disciplina de Antropologia II, 2º período, Vitória – ES, 28 de Abril de 2011

Universidade Federal do Espírito Santo

Centro de Ciências Humanas e Naturais - Departamento de Ciências Sociais


Palavras chave: Funcionalismo, Estrutural-Funcionalismo, Estruturalismo, Radcliffe-Brow,


Neste capítulo Radcliffe-Brow trata dos conceitos e fenômenos que tange o que ele chama de estrutura social. Ele começa falando de sua ideia de Antropologia Social, que é a ciência teórico-natural da sociedade humana, isto é, a investigação dos fenômenos sociais por métodos essencialmente semelhantes aos empregados nas ciências físicas e biológicas. O autor diz que alguns antropólogos falam que antropologia social estuda a cultura, o que ele deixa claro as diferenças e afirma que Antropologia Social estuda a sociedade humana, termo que expressa significante relevância e que levam a duas espécies de estudos. Sua ideia é ao estudo de relações sociais, e dá o exemplo de uma colmeia, onde as abelhas operárias e os demais trabalham em conjunto formando uma série de rede de relações, uma gata e seus filhotes, uma série de relações de parentesco,, lembrando que todos estes exemplos forma-se no que Radcliffe-Brow fala de função social, as abelhas juntas tem a função de cultivar o mel, ventilação da colmeia, proteção da abelha rainha, cuidados com os ovos e outras séries de funções; assim como a gata e seus filhotes também desempenham seus papeis e funções. Portanto ele distingue bem o conceito de estudo de relações sociais do estudo de cultura. Na antropologia, conforme o autor definiu, o que tem-se a investigar são as formas de associação que se encontram entre seres humanos.

Radcliffe-Brow alerta que estudar estruturas sociais não significa estudar relações sociais, como alguns sociólogos definem. Assim como ele diz que determinada relação social entre duas pessoas, a menos que sejam Adão e Eva no Jardim do Édem, só existe como parte de uma ampla rede de relações sociais, implicando muitas outras pessoas, e é esta rede que ele considera objeto de investigações, Portanto ele diz que estruturas sociais é um todo, o qual ele chamou em outro capítulo de "todo coerente" as relações sociais são entre as pessoas, sejam como o exemplo da gata, por marido e mulher, pelo sistema de parentesco, pelo patrão e empregado. Logo vários conjuntos de relação sociais, implica-se num resultado maior, ou seja um complexo chamado de estrutura social.

Os casos que consideram-se parte da estrutura social são dois. Em primeiro lugar são as relações de pessoa a pessoa, ou seja, a relação didática, entre família, dada por sistema de parentesco, como ele dá o exemplo nas tribos aborígenes australianas, onde toda a estrutura social era estabelecida através de conexões genealógicas. Em segundo lugar é a diferenciação dos indivíduos por classe e seu desempenho social, como o caso de empregadores e empregados, chefes e comunitários. Estes é o que ele chama de determinantes das relações sociais.

Radicliffe-Brow fala que intimamente relacionada com a concepção de estrutura social está relacionada a concepção de "personalidade social" como posição ocupada pelo ser humano numa estrutura social, o complexo formado por todas as suas relações sociais com outros. Ele diz que todo ser humano que viva numa sociedade é duas coisas: indivíduo e pessoa.

Neste pensamento, o autor diz que o ser humano como pessoa é um complexo re relacionamentos sociais. É cidadão da Inglaterra, marido e pai, pedreiro, membro de determinada congregação metodista, votante em determinado partido, membro de seu sindicato, adepto do Partido Trabalhista etc. Ela chama atenção para que cada uma dessas descrições refere-se a um relacionamento social, ou a certo lugar na estrutura social.

Se necessitar de uma concreta formação comparativa das sociedades, deve-se ter em mente alguma espécie de classificação dos tipos de sistemas estruturais. Ele alerta que esta é a parte mais difícil e que ele mesmo levou trinta anos para trabalhar.

Radcliffe-Brow indaga-se como e quais os mecanismos que mantém viva uma rede de relações sociais, e como atuam. Segundo ele o que ele chamou de fisiologia social, não trata apenas da estrutura social, mas de toda espécie de fenômeno social. Moral, direito, boas maneiras, religião, governo e educação, tudo isto são partes do complexo mecanismo pelo qual uma estrutura social existe e perdura.

Segundo o autor, existe relação social entre dois ou mais organismos individualmente quando há certo ajuste de seus respectivos interesses. Radcliffe-Brow diz que interesse são as relações sociais entre as partes, ou seja, as relações sociais entre os grupos. Desta maneira, o estudo da estrutura social leva imediatamente ao estudo de interesses ou valores como determinantes das relações sociais. A relação social não resulta da semelhança de interesse, mas repousa ou no interesse mútuo de pessoas em outra, ou em um ou mais interesses comuns, ou ainda numa combinação de ambos os modos. A mais elementar forma de solidariedade social verifica-se quando duas pessoas estão interessadas em produzir certo resultado e cooperam para este fim. Quando duas pessoas ou mais têm um "interesse comum" em certo objeto, pode-se dizer que esse objeto tem um "valor social" para as pessoas associadas a esta relação.

Radcliffe-Brow aponta uma ideia muito importante, que é a investigação dos processos pelos quais as estruturas sociais se transformam, de como novas estruturas surgem. Ele fala que estes processos são muito difíceis de obter êxito pois a influência ou dominação de invasores ou conquistadores europeus influenciou muito nesta área, o que é chamado de "contato cultural". Com a chegada dos europeus uma nova estrutura social surge e depois passa a desenvolver-se. A população agora inclui certo número de europeus, funcionários do governo, missionários, comerciantes e, em alguns casos colonos. A vida social da região não é mais simplesmente um processo dependente das relações e interações dos povos nativos. Ergue-se ali nova estrutura política e econômica na qual os europeus, embora poucos em número exercem influência dominadora.


REFERÊNCIA: RADCLIFFE-BROWN, Alfred R. Estrutura e Função na Sociedade Primitiva. Rio de Janeiro: Vozes, 1973. Capítulo X: Capítulo Sobre Estrutura Social

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